(SOMATÓRIA)
A ida do homem à lua, a calvície e a ficção científica que deixou de ser ficção
(...)
Não sou, evidentemente, o único desiludido com a viagem que faz agora 40 anos. Muitos escritores não podem deixar de ter sentido a aventura da NASA como um cínico ataque às suas obras: desde que Neil Armstrong pôs o pé na Lua, boa parte da ficção científica deixou de ser ficção. E, até certo ponto, científica. A saga de Hans Pfaall, o herói de Edgar Allan Poe que chega à Lua a bordo de um balão de ar quente, perde impacto quando comparada com o relato real do feito de 1969. A história de Michel Ardan, que, em Da Terra à Lua, Júlio Verne projeta para a Lua com uma espécie de canhão, deixa de ser fantástica se cotejada com a história de Neil Armstrong e seus colegas. E a proeza do Cyrano de Bergerac de Edmond Rostand, que diz ter saído da Terra após um banho de mar sob a luz da Lua cheia, a qual teria atraído a água dos seus cabelos como faz com as marés, só mantém algum do seu interesse porquanto mistura a ida à Lua com o tema do cabelo - sugerindo, aliás, que a viagem lunar está vedada aos carecas, o que uma vez mais se lamenta.
Adaptado de: http://ocaocomeuolivro.blogspot.com/2009/07/ida-do-homem-lua-calvicie-e-ficcao.html, acesso em outubro/2009.
Em relação ao texto, assinale o que for correto.
01) O autor evidencia que as histórias de ficção científica sobre a lua perderam o tom enigmático diante da realidade.
02) O autor questiona a veracidade do fato de o homem ir à lua e culpa a NASA por isso.
04) O autor, no último período do texto, indica a relação do fato de o homem ir à lua com a calvície.
08) O autor afirma que o fato de o homem ir à lua o desiludiu e da mesma forma toda a humanidade.