SOMATÓRIA
Assinale o que for correto a respeito de A legião estrangeira, de Clarice Lispector.
01) No conto “A repartição dos pães”, o narrador em primeira pessoa discorre sobre uma experiência única. Ele fala sobre a situação dos convidados (ele incluído) para um almoço de obrigação no sábado. Embora todos se conheçam, sentem-se estranhos e distantes uns em relação aos outros, cada um fechado em seu próprio mundo. De repente, deparam-se com uma mesa farta e variada, preparada com muito carinho. Os convivas passam a comer dividindo a mesa e, aos poucos, sentem-se como se estivessem em uma reunião de colheita, repartindo o alimento.
02) Os contos de Clarice Lispector são marcados por uma apresentação rude e concreta do vazio do cotidiano, em que nada acontece e em que os personagens permanecem sempre os mesmos. A concepção dos personagens não comporta mergulhos introspectivos nem psicologias profundas, pois o estilo da autora é marcado pela descrição crua e direta dos objetos e das ações. Daí a subjetividade ser abafada por uma visão coletiva do ser humano e de seus conflitos, fazendo que ela seja filiada à tradição naturalista da narrativa brasileira.
04) No conto “Viagem a Petrópolis”, Mocinha é uma adolescente perdida na cidade grande, sozinha em meio aos arranha-céus, sem qualquer memória ou recordação de seus pais ou parentes. Sem opção, entrega-se à prostituição e sonha tornar-se, um dia, uma respeitável vendedora de roupas em uma loja de departamentos.
08) Em “A quinta história”, uma narradora em primeira pessoa nos conta das tentativas infrutíferas de matar algumas baratas que todas as noites aparecem em seu apartamento. Os métodos que usa para exterminá-las são muito variados, porém ela não obtém êxito. Esse processo desgastante se desenvolve até que, em um determinado dia, ela começa a se perguntar se, de fato, queria matá-las, ou se já havia se acostumado e se afeiçoado à sua companhia silenciosa.
16) No conto “A legião estrangeira”, a narradora conta como iniciou sua relação de amizade com uma vizinha com idade para ser sua filha. Isso ocorre quando ela recebe um pintinho vivo de presente. A vizinha Ofélia, ainda criança, passa a cuidar do pintinho, dia após dia, impedindo que a narradora se desfaça do animal – que virá a morrer de velhice. Aos poucos elas constroem, sem perceber, uma sólida relação de confiança, de solidariedade e de companheirismo, que se mantém firme por décadas.