SOMATÓRIA

Leia atentamente o fragmento do Sermão do Bom Ladrão, do Padre Antônio Vieira, e assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
“Assim é, o roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. (...) O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem S. Basílio Magno. (...) Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos.”
(VIEIRA, Antônio. Sermões do Padre Antônio Vieira. Porto Alegre: L&P, 2009, p. 109-110)

01) Padre Antônio Vieira, autor de sermões em estilo barroco conceptista, foi o que reproduziu com grande talento a retórica jesuítica para expressar ideias e conceitos. Sua obra pertence ao Barroco e recria com um estilo expressivo a realidade política e religiosa de seu tempo.
02) No fragmento selecionado, Vieira critica o pensamento de São Basílio Magno sobre as penalidades sofridas pelos ladrões de sua época.
04) Nesse Sermão, Vieira condena apenas os ladrões da máquina administrativa do governo de Portugal, para enriquecer e absolver os ladrões de pequenos furtos.
08) No trecho em questão, Vieira desaprova todas as formas de roubo praticadas pelos homens, ao afirmar que “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera”.
16) No Sermão do Bom Ladrão, Vieira posiciona-se contra a roubalheira dos funcionários, governadores, ministros e autoridades que se valiam de sua posição no império português. Para criticá-los, o autor mostra uma postura ética contrária à corrupção que já existia no sistema colonial.