SOMATÓRIA
O filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592) escreveu o ensaio “Dos canibais” com base em seu encontro com nativos ameríndios levados do Brasil para a França em 1557. Neste ensaio, o autor afirma: “[...] acho que não há nessa nação nada de bárbaro e de selvagem, pelo que me contaram, a não ser porque cada qual chama de barbárie aquilo que não é de seu costume; como verdadeiramente parece que não temos outro ponto de vista sobre a verdade e a razão a não ser o exemplo e o modelo das opiniões e usos do país em que estamos. Nele sempre está a religião perfeita, a forma de governo perfeita, o uso perfeito e cabal de todas as coisas. Eles são selvagens, assim como chamamos selvagens os frutos que a natureza, por si mesma e por sua marcha habitual, produziu; sendo que, em verdade, antes deveríamos chamar de selvagens aqueles que com nossa arte alteramos e desviamos da ordem comum.” (Montaigne. Ensaios. Cit. por FIGUEIREDO, V. (org.) Filosofia: Temas e percursos. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2013, p. 34). Acerca da diferença entre civilização e barbárie, assinale o que for correto.
01) Para Montaigne, a comparação dos usos e costumes da civilização europeia com os dos povos ameríndios permite afirmar a superioridade de uma cultura sobre a outra.
02) A selvageria e a barbárie não podem ser atribuídas às civilizações, mas sim àqueles usos e costumes que se desviam da ordem natural.
04) Para Montaigne, a verdade e a razão admitem mais de um ponto de vista, de acordo com a perspectiva em que as questões são abordadas.
08) O mito do “bom selvagem” é a noção de que a natureza humana é originalmente boa, mas seria corrompida pela sociedade.
16) Montaigne propõe que não é possível fazer críticas a qualquer cultura, porque cada uma possui valores e padrões próprios.