Questão
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
2003
Fase Única
SOMATORIOE-Sa31739c08a0e
Discursiva
SOMATÓRIO

É(São) VERDADEIRA(S) a(s) seguinte(s) proposição(ões), a respeito das obras de Manoel de Barros e de Guimarães Rosa:

01. Em sua obra Livro sobre nada, Manoel de Barros propõe-se a fazer brinquedos com as palavras. Um dos recursos expressivos bastante utilizados pelo autor para concretizar seu desejo é a criação de palavras novas a partir da combinação de formas já existentes na língua, um processo gramatical que se pode perceber nos versos:

As coisas tinham para nós uma desutilidade poética.
Nos fundos do quintal era muito riquíssimo o nosso dessaber.

02. Em todas as frases abaixo:

Sou um sujeito cheio de recantos.
Os desvãos me constam.
Tem hora leio avencas.
Tem hora, Proust.
Ouço aves e beethovens.
Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin.
O dia vai morrer aberto em mim.

observa-se o uso expressivo da primeira pessoa, uma característica bem evidente no Livro sobre nada, de Manoel de Barros.

04. Uma das características marcantes do Livro sobre nada é o uso recorrente da antítese, figura de linguagem que salienta a oposição entre duas palavras ou idéias. Esse recurso estilístico pode ser observado em: É no ínfimo que eu vejo a exuberância.

08. Nos 21 contos de Primeiras estórias, Guimarães Rosa transcende os aspectos regionais representativos do interior mineiro, ao transformar o sertão numa metáfora do mundo, onde os personagens, envolvidos profundamente com problemas de natureza política e social, são realisticamente caracterizados e objetivamente descritos.

16. O primeiro e o último conto de Primeiras estórias – respectivamente As margens da alegria e Os cimos – apresentam pontos de semelhança e de contraste: o personagem principal é o mesmo – um menino que viaja para a casa dos tios –, porém os sentimentos que o movem são opostos pois, enquanto no momento inicial descobre alegremente a vida, no final sofre, devido à doença da mãe.

32. Guimarães Rosa procura representar, em sua prosa poética, a fala dos personagens do sertão mineiro, ao mesmo tempo em que cria e recria sons, palavras e estruturas sintáticas não convencionais.