SOMATÓRIO
Texto 1
UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA
Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em “muita quantidade”, balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas “que nascem pelos penedos do mar”. Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: “Terra à vista!”
BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. 1999, p. 7.
Em relação ao Texto 1, é CORRETO afirmar que:
01. Fura-buxos, aves de anunciação, são gaivotas marinhas que vivem longe da terra.
02. Com a expressão homens que se fazem ao mar, o autor quis se referir aos marinheiros que se jogam no mar quando avistam indícios de terra.
04. O autor, quando escreve que os grasnados dos fura-buxos romperam o silêncio dos mares e dos céus, quer dizer que essas aves de anunciação voavam barulhentas por entre os mastros e velas das naves.
08. O texto apresenta, entre os sinais da proximidade de terra, os rabos-de-asno que lambiam os cascos das naves e os fura-buxos que voavam barulhentos por entre mastros e velas.