Questão
Simulado Medicina
2023
Fase Única
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A Sagração da Primavera

A Sagração da Primavera é uma obra atemporal. O argumento que lhe dá origem é um mergulho na noite dos tempos e sua realização musical parece ter, ao lado de uma evidente modernidade, algo de uma força atávica. Segundo o compositor, a ideia da composição ocorreu a partir da visão de uma jovem, circundada por sábios, em uma dança ritual que culminaria em sua morte – oferenda para tornar propício o deus da primavera. O passo seguinte foi dado quando Stravinsky e seu amigo Nikolai Roerich – pintor e intelectual interessado na antiguidade eslava – idealizaram o cenário de danças e de ritos encantatórios que serviria de fio condutor para a obra. Desta, costuma-se lembrar do argumento ou das audácias musicais mais diversas – harmonias, texturas, invenções orquestrais, rítmica –, mas nem sempre se dá ênfase ao contexto em que veio a público pela primeira vez. Muito embora as obras anteriores – O Pássaro de Fogo e Petrushka –, encomendadas pela companhia dos Balés Russos, já apresentassem facetas particulares da linguagem stravinskyana – a paleta orquestral do primeiro e, do segundo, uma evidente vivacidade rítmica –, é com a Sagração que ocorre, de modo peculiar, a eclosão de uma rítmica arrebatadora e de um tratamento motívico particular, ao qual se subordinam breves fragmentos melódicos.

Seja como for, o tumulto que acompanhou a estreia da Sagração (em 29 de maio de 1913, no Théâtre des Champs-Elysées) – verdadeira batalha entre defensores e detratores – pode ser atribuído, apenas em parte, à música. A ela somaram-se uma coreografia e um figurino surpreendentes, além do argumento, de um primitivismo desafiador frente a convenções morais e sociais. 
Reações adversas partiram também da imprensa. Um editorial de Le Figaro referiu-se aos “bárbaros russos” que tinham à frente Nijinsky, uma espécie de “Átila da dança” e, à troupe, como desconhecedora “dos bons costumes”. Stravinsky, no entanto, relatou, após a estreia: “estávamos excitados, zangados, desgostosos e… felizes”.
(Disponível em <https://www.filarmonica.art.br/educacional/obras-e-compositores/obra/sagracao-da-primavera/> Acesso em 11 mai. 2022)

De acordo com o texto – e levando seu conhecimento sobre o assunto em consideração – pode-se afirmar que a obra Sagração da Primavera não foi bem-recebida pelo público, pois 

A
usava instrumentos pouco comuns para o balé, sendo mais comuns para outros tipos de dança de corte da época. 
B
partia de referências tradicionais eslavas ao invés de se aproximar das convenções de dança e música do balé clássico de então. 
C
contrariava os parâmetros da dança clássica, já que retratava uma história trágica com aspectos fantásticos. 
D
misturava uma música muito moderna, pouco usual na dança, com uma coreografia tradicional, característica do balé clássico.
E
trazia instrumentos tradicionais da música de orquestra, misturados a uma coreografia de origem folclórica russa.