Satélite
86 Fim de tarde.
87 No céu plúmbeo
88 A lua baça
89 Paira.
90 Muito cosmograficamente
91 Satélite.
92 Desmetaforizada,
93 Desmitificada,
94 Despojada do velho segredo de melancolia,
95 Não é agora o golfão de cismas,
96 O astro dos loucos e enamorados,
97 Mas tão somente
98 Satélite.
99 Ah! Lua deste fim de tarde,
100 Desmissionária de atribuições românticas;
101 Sem show para as disponibilidades sentimentais!
102 Fatigado de mais-valia,
103 gosto de ti, assim:
104 Coisa em si,
105 -Satélite.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da Tarde. Rio de Janeiro: Nova Fronteira [1963], 2007, p. 268)
Os processos de formação das palavras “cosmograficamente” (linha 90) e “Desmetaforizada” (linha 92) são denominados, respectivamente,