Segundo: ANTÓNIO VIEIRA
O céu estrela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e a glória tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.
No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,"
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.
Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.
31-7-1929
PESSOA, Fernando. Mensagem. Edição de Apolinário Lourenço; ilustrações de Kaio Romero. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2015 (p. 173).
Nesse poema, o sujeito poético pessoano exalta o jesuíta Padre Vieira como líder místico, espiritual e cultural de sua pátria, assim manifestando preferência pela obra: