Segundo Platão no Livro VII de A República, quem contempla o bem prefere não retornar aos afazeres humanos quotidianos. Mesmo assim, Platão afirma que na cidade por ele concebida, aqueles que realizaram a ascensão para fora da caverna e contemplaram o bem devem ser obrigados a retornar ao convívio daqueles que não o contemplaram e a dedicar-se à administração da cidade. Após o personagem Sócrates apresentar essa tese, o personagem Glaucon adota uma posição que lhe é contrária. Glaucon afirma que a obrigação de fazer com que os que contemplaram o bem dediquem-se ao governo da cidade é uma injustiça contra eles. Contra a opinião de Glaucon, Sócrates responde:
Esqueceste-te, novamente, meu amigo, que à lei não importa que uma classe qualquer da cidade passe excepcionalmente bem, mas procura que isso aconteça à totalidade dos cidadãos, harmonizando-os pela persuasão ou pela coação, e fazendo com que partilhem uns com os outros do auxílio que cada um deles possa prestar à comunidade; ao criar homens destes na cidade, a lei não o faz para deixar que cada um se volte para a atividade que lhe aprouver, mas para tirar partido dele para a união da cidade.
(PLATÃO, A República, Livro VII, 519 e 520 a).
Em outras palavras, qual foi a resposta de Sócrates?