Segundo a tradicional abordagem da historiografia brasileira, temos, no decorrer do século XIX, apenas uma mudança de produto, do açúcar para o café. Ou melhor, a uma modificação na pauta de exportação corresponderia um deslocamento do eixo econômico, e com ele a transferência da concentração de escravos.
Em 1819, 69,2% da população era constituída por homens livres; em 1872, esse número salta para 84,7%. Em 1819, a maior província escravista do país — Minas Gerais — não estava fundamentalmente ligada à exportação, mas ao mercado interno. Em 1874, nas três províncias do Sudeste que concentravam a produção cafeeira (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais), 60% da população cativa total encontrava-se em municípios não cafeeiros.
(João Luís Fragoso. “O Império escravista e a República dos plantadores”. In: Maria Yedda Linhares. História geral do Brasil, 2016. Adaptado.)
Os dados apresentados distanciam-se da “tradicional abordagem da historiografia”, pois indicam que