Sócrates — As tuas são palavras maravilhosas, ó Céfalo. Mas essa virtude de justiça resume-se em proferir a verdade e em restituir o que se tomou de alguém, ou podemos dizer que às vezes é correto e outras vezes incorreto fazer tais coisas? Vê este exemplo: se alguém, em perfeito juízo, entregasse armas a um amigo, e depois, havendo se tomado insano, as exigisse de volta, todos julgariam que o amigo não lhe as deveria restituir, nem mesmo concordariam em dizer toda a verdade a um homem enlouquecido.
Céfalo — Estou de acordo.
Sócrates — Como vês, justiça não significa ser sincero e devolver o que se tomou. PLATÃO.
A República (p. 8). Edição do Kindle
Nesse fragmento, Sócrates retoma o conceito de Céfalo sobre o que seria a justiça – devolver aquilo que é de direito a alguém – e raciocina sobre o conceito de justiça. O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua ação dialógica: