Souza (2018) fez um profundo estudo sobre a “ralé brasileira”, expressão popular pejorativa no Brasil para se referir às classes pobres e miseráveis. Segundo ele, há no Brasil um “preconceito estético” contra as classes populares que legitima, por exemplo, os privilégios das classes mais abastadas. Os de “cima”, as classes dominantes, na estrutura social da sociedade brasileira, por possuírem a capacidade econômica de poder comprar uma garrafa de vinho de 15 mil reais ou possuírem carros de luxo, tomam a posse de tais bens para si como uma distinção. O poder de consumo, assim, gera uma sensação de “superioridade inata” atrelada à ideia de “bom gosto”. Tal consumo distinto afasta as classes abastadas de todos aqueles das classes mais baixas que gostam de cerveja ou cachaça baratas e carros populares.
SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. 3ª ed. ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
Considerando essa perspectiva sociológica de Jessé Souza, é correto concluir que