
Stanley Miller ficou conhecido pelos seus trabalhos acerca da origem da vida, orientados por Harold Clayton Urey. Em um dos seus experimentos, esquematizado na figura acima, Miller introduziu, em um recipiente, uma mistura de hidrogênio, água, amônia e metano — uma versão artificial da suposta atmosfera terrestre primitiva. Por meio de dois eletrodos, ele disparou cargas elétricas para simular o efeito de relâmpagos. Após uma semana de experimento, Miller observou a produção espontânea de glicina, um dos aminoácidos que compõem os seres vivos. Esse trabalho ficou conhecido como experimento de Urey-Miller, e o material formado, composto de água quente, aminoácidos e outras substâncias que teriam se formado espontaneamente, foi denominado sopa prebiótica. Uma das hipóteses aceitas atualmente para a formação de glicina é a de que a atmosfera primitiva continha N₂, CO e CO₂, além dos gases previamente mencionados. Esses gases reagiriam formando pequenas moléculas, tais como HCN e HCHO, segundo as reações descritas pelas equações abaixo.
2CH₄ + N₂ → 2HCN + 3H₂
CO + NH₃ → HCN + H₂O
CO + 2H₂ → CH₃OH
CO₂ + 3H₂ → CH₃OH + H₂O
CH₃OH → HCHO + H₂
As substâncias HCN e HCHO continuariam a reagir formando substâncias mais complexas, entre os quais a glicina, como representado a seguir
HCHO + NH₃ → H₂NCH₂OH
H₂NCH₂OH → HNCH₂ + H₂O
HNCH₂ + HCN → H₂NCH₂CN
H₂NCH₂CN + 2H₂O → H₂NCH₂COOH + NH₃
Considerando o texto acima, julgue o item.
A sopa prebiótica mencionada não continha inicialmente moléculas orgânicas, as quais surgiram depois, em decorrência de reações químicas estimuladas por descargas elétricas.