O processo de urbanização brasileira apoiou-se essencialmente no êxodo rural. Ele ocorre, por um lado, pela falta de habilidade do homem em lidar com o meio rural e suas atividades de subsistência e, por outro, em virtude de uma maior garantia de emprego e qualidade de vida nas cidades.

A terra é o meio de produção fundamental na economia rural. A concentração da propriedade da terra é um dos traços marcantes da economia rural brasileira, cujas origens remontam ao modelo de colonização aplicado à América Portuguesa. 

A pobreza rural tem características bem diferentes da pobreza urbana. Na cidade, o custo de vida é mais elevado, ao passo que, no campo, não se tem de pagar moradia e nem alimentação, já que toda a família, de uma forma ou de outra, se envolve com a agricultura de subsistência. Dessa forma, podemos afirmar que, no meio rural nordestino, há muita miséria, porque também há muita falta de disposição para o trabalho. 

Por muito tempo o nordeste brasileiro foi tido como uma das regiões mais pobres do Brasil. Esse fato decorre, sobretudo, da própria origem de colonização, de fatores culturais e das condições naturais, como clima, solo, relevo etc. A partir da década de 90 do século XX, com o interesse cada vez maior de grandes empresários e de políticas públicas voltadas para a fixação do homem no campo, vimos o Nordeste se colocando cada vez mais como produtor de alimentos, dentre eles frutas para a exportação, fato esse que mudou completamente a situação dos trabalhadores rurais dessa região.