TEXTO 1
A deportação dos armênios
Toda manhã os carros iam gemendo para fora da cidade carregados de mulheres e crianças, misturadas com um homem aqui e ali que havia escapado das precedentes deportações. As mulheres e as crianças iam todas vestidas à turca para não ficarem expostas aos olhares dos carroceiros e gendarmes*, gente brutal trazida de outras regiões. O pânico na cidade era terrível. O povo compreendia que o Governo estava determinado a exterminar a raça armênia e que esta não tinha os meios de lhe resistir. O povo sabia também que estavam sendo assassinados os homens e raptadas as mulheres. Muitos dos forçados das prisões tinham sido postos em liberdade e as montanhas em volta achavam-se cheias de bandos de facínoras. A maioria dos armênios do distrito achavam-se sem meio algum de se defender. Muitos diziam que era pior do que um massacre.
(Fonte: Depoimento citado por TOYNBEE, Arnold. BRYCE, Lorde James. Atrocidades turcas na Armênia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003, p. 39. In: MOCELLIN, Renato. Passaporte para a História. São Paulo: Editora do Brasil, 2004. v. 4. (Ensino Fundamental), p. 168.)
*Gendarme: Soldado de um corpo especial encarregado de manter a ordem pública, em particular nas províncias, na França e em alguns outros países. (Fonte: AULETE, Caldas (org. Paulo Geiger). Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon, 2011, p. 705.)
TEXTO 2
Um olhar sobre a pior crise de migração desde a Segunda Guerra Mundial
Uma onda de imigrantes desesperados do Oriente Médio e da África colocou pressão sem precedentes sobre os países da UE (União Europeia), especialmente Itália, Grécia e Hungria. Mais de 350 mil deles foram detectados nas fronteiras da UE entre janeiro e agosto de 2015, em comparação com 280.000 em 2014, segundo uma estimativa da Organização Internacional para as Migrações. Os conflitos na Síria e no Afeganistão, e a violência na Eritreia, são os principais motores da migração. Mais de 2.600 migrantes se afogaram no Mediterrâneo este ano, tentando alcançar a Grécia ou a Itália, diz a OIM. Muitos tentam a perigosa rota dos Balcãs Ocidentais, na esperança de chegar à Alemanha e outros países do Norte da UE. O total de 350 mil detectado até agora este ano nas fronteiras da UE inclui mais de 230 mil que chegaram na Grécia e quase 115 mil na Itália. Cerca de 2.100 chegaram à Espanha.
(Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/09/06/um-olhar-sobre-a-pior-crise-de-migracao-desde-a-segunda-guerramundial.htm. Acesso em: 10 out. 2015.)
Os textos acima referem-se, respectivamente, a episódios relacionados aos seguintes contextos: