TEXTO 1
Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(AZEVEDO, Álvares de. Melhores poemas. 6. ed. 1. reimpr. São Paulo: Global, 2008. p. 95.)
No Texto 1, o eu lírico pressente glória em seu fu-turo. O otimismo com o amanhã tornou-se importante nos finais do século XVIII, destacando-se a concepção do pensador francês Condorcet. Para esse filósofo e político, “o homem é um ser indefinidamente perfectível, e a história mostra o seu aperfeiçoamento, o que permite pensar na continuidade desse processo. Assim, uma vez tendo reconhecido a lei que rege a história dos homens, que é a da perfectibilidade indefinida, o dever dos filósofos e dos homens esclarecidos em geral é trabalhar não apenas para garantir o curso do progresso, mas sobretudo para torná-lo mais rápido e profundo”
(SOUZA, 2001, p. 155). (SOUZA, M. G. de. Ilustração e História. São Paulo: Discurso Editorial, 2001.)
Assinale a alternativa que indica corretamente consequências políticas e sociais dessa concepção: