TEXTO I
(...)
O tempo o claro dia torna escuro
E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.
Mas de abrandar o tempo estou seguro
O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.
Luis de Camões. O tempo acaba o ano, o mês e a hora.
TEXTO II
A MESMA — Falar do passado — isso deve ser belo, porque é inútil e faz tanta pena...
SEGUNDA — Falemos, se quiserdes, de um passado que não tivéssemos tido.
TERCEIRA — Não. Talvez o tivéssemos tido...
PRIMEIRA — Não dizeis senão palavras. É tão triste falar! É um modo tão falso de nos esquecermos! ... Se passeássemos?...
TERCEIRA — Onde?
PRIMEIRA — Aqui, de um lado para o outro. Às vezes isso vai buscar sonhos.
TERCEIRA — De quê?
PRIMEIRA — Não sei. Porque o havia eu de saber?
Uma das grandes preocupações temáticas da literatura portuguesa ao longo da história literária é a representação do tempo. Nesse sentido, é possível afirmar que ambos os trechos