TEXTO I
A HISTÓRIA DO PERIQUITO E DO MACACO
(...) Mó clima tenso do caralho, ninguém sabendo o que podia acontecer. Tinha um bonde que achava que os maluco não ia entregar o morro não, ia trocar tiro até não aguentar mais, esperar virar notícia pro governador mandar parar. O papo era que o morro era muito grande, dava pra espalhar geral e não deixar os cara entrar. Uma hora o tiroteio ia ter que parar, por causa dos morador (...) (MARTINS, 2018, p. 38-39).
TEXTO II
MORRO DA BABILÔNIA
À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua geral).
Quando houve revolução, os soldados se espalharam no morro,
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.
Mas as vozes do morro
não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Morro da Babilônia. Disponível em: https://tinyurl.com/ycx6rd5z. Acesso em: 11 mar. 2024.
Apesar de naturezas diferentes, os textos em si podem ser aproximados, pois o morro é um lugar de