Questão
Questão Inédita - Cursos Regulares
2022
Não se aplica
TEXTO-IO-Tejo-e-mais24106097399
Discursiva
TEXTO I

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

(...)

O Tejo desce da Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.

(Alberto Caeiro, “O Guardador de Rebanhos”, in: Fernando Pessoa, Ficções de Interlúdio)

TEXTO II. 

SEGUNDA — Todo este país é muito triste... Aquele onde eu vivi outrora era menos triste. Ao entardecer eu fiava, sentada à minha janela. A janela dava para o mar e às vezes havia uma ilha ao longe... Muitas vezes eu não fiava; olhava para o mar e esquecia-me de viver. Não sei se era feliz. Já não tornarei a ser aquilo que talvez eu nunca fosse...

PRIMEIRA — Fora de aqui, nunca

VI. o mar. Ali, daquela janela, que é a única de onde o mar se vê, vê-se tão pouco!... O mar de outras terras é belo? 

SEGUNDA — Só o mar das outras terras é que é belo. Aquele que nós vemos dá-nos sempre saudades daquele que não veremos nunca... PESSOA, Fernando. 

O marinheiro. São Paulo: Hedra, 2010 (p. 53).

Na Literatura Portuguesa, o mar é uma imagem metafórica potente e frequentemente utilizada em várias ocasiões. A partir desse elemento e levando-se em consideração os dois textos, comente os seguintes conceitos: 

a) Saudosismo. 

b) Sebastianismo.