Questão
Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
2024
Fase Única
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ANULADA
TEXTO I

Reflexão sobre a produção cinematográfica

O filme A família Bélier, de Eric Lartigau, conta o cotidiano e o trabalho no campo de uma família francesa surda e sua relação com o mundo ouvinte. [...] Pensando sobre as questões abordadas no filme e minha experiência no campo da surdez, acredito que mais do que abordar a existência de dois mundos diferentes e a problemática da comunicação entre eles, o filme nos fala sobre partidas e rupturas que acontecem ao longo da vida e a posição do sujeito diante delas. Apesar de falar também sobre as dificuldades dos surdos em um mundo ouvinte, Lartigau não explora o lado do sofrimento e da tragédia que pode ser a surdez. Ele vai além e nos apresenta a problemática das relações entre pais e filhos, independentemente da existência da surdez. A cultura e o jeito sincero e muito direto dos surdos é divertida, sacudindo e sensibilizando o espectador [...]. O que ficou claro para mim, uma vez mais, é que mesmo na ausência de audição e de oralidade, o registro simbólico está presente no mundo/cultura surda e que os surdos se constituem como sujeitos falantes, sofrendo efeitos da fala, oral ou gestual, do Outro, fazendo escolhas e tendo que se haver com as consequências destas escolhas.

Disponível em: https://www.pucsp.br/linguagem-e-subjetividade/coluna-o-filme-familia-belier-e-psicanalise. Acesso em: 29 maio 2023.

TEXTO II




Tendo como aporte os dois textos de apoio sobre o filme A família Bélier (2014), com direção de Eric Lartigau, assinale a alternativa correta a respeito do dilema enfrentado pela protagonista Paula.
A
Ainda que o filme aborde as questões e as dificuldades dos surdos em um mundo ouvinte, a produção explora, de forma dramática, todos os conflitos vivenciados por uma intérprete surda em nossa sociedade. A CENA IV, traz o dilema da protagonista que pontua que “Ser surdo não é desculpa para tudo”, sendo um exemplo de como é explorada a problemática relação entre Paula e seus pais, sensibilizando o espectador.
B
O dilema apresentado pela obra cinematográfica diz respeito à existência de dois mundos diferentes e à conflituosa comunicação entre eles. De um lado está Paula, uma jovem surda que sonha em ganhar um implante coclear e poder cantar. De outro, estão seus pais e irmão, ouvintes, que não aceitam suas escolhas. Sobre isso, a CENA I reflete a questão dilemática das rupturas que acontecem ao longo da vida e a CENA II apresenta a posição de Paula diante delas.
C
Paula é a única ouvinte e responsável pela administração do negócio da família. Seu maior dilema é permanecer como intérprete de seus pais ou estudar em uma renomada escola de canto em Paris. A CENA III traz o momento em que ela participa da audição do concurso da Rádio France, cuja letra da música se constitui como uma metáfora para o ritual de passagem vivenciado por ela, bem como o desejo de independência e a inevitável transição para a vida adulta.
D
A comédia musical equilibra risos e lágrimas a cada cena, encantando os espectadores da história de Paula, uma jovem surda que mora no interior e sonha em viajar pelo mundo. O filme retrata a relação conturbada com seus pais (CENA IV), que são ouvintes e não aceitam o dom da menina, cujo dilema está em continuar morando com a família ou fugir com o namorado para Paris e interpretar suas composições autorais em língua de sinais (CENA III).
E
A jovem Paula é ouvinte e trabalha com a família Bélier na área comercial. É encarregada por traduzir as informações para a língua de sinais, já que todos os habitantes do vilarejo são surdos (CENA II). Na escola, ao se apaixonar por um colega que canta (CENA I), ela vivencia o dilema de participar do grupo de teatro ou de coral, tudo para se aproximar do rapaz e poder ir com os artistas para Paris.