Questão
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2016
Fase Única
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TEXTO

 O morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede...”
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!

ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998

Estabelecendo-se uma comparação entre o poema de Augusto dos Anjos e a resenha “Teatro da Consciência”, pode-se afirmar:
A
O tratamento dado ao tema “a consciência humana”, nos dois textos, visa aos mesmos objetivos científicos: encontrar resposta em relação à sua funcionalidade.
B
Embora os textos apresentem estilos distintos, discutem, em relação à temática, uma preocupação de ordem filosófico-moral.
C
A linguagem de que se apropriam os textos possui as mesmas características estilísticas: é plurissignificativa e literária
D
A analogia entre a consciência humana e o morcego no texto de Augusto dos Anjos ocorre com as mesmas intenções que H. Putnam imaginou para seu experimento.
E
A presença da objetividade, enquanto discurso informativo, se dá com a mesma intensidade em ambos os textos.