Questão
Sprint
2023
Fase Única
Tabacaria-Na-sou-nada182aa9c60c2
Tabacaria Não sou nada. Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 

Janelas do meu quarto,
 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. 

Fernando Pessoa

Na terceira estrofe, o modo verbal utilizado nos primeiros versos dá a ideia de hipóteses para o eu lírico. A esse modo denomina-se:
A
indicativo.
B
imperativo.
C
subjuntivo.
D
infinitivo.