Questão
Universidade do Estado do Amazonas - UEA
2013
1ª Fase
TapuiaAs-florestas15163acbd12
Tapuia

As florestas ergueram braços peludos para esconder-te 
com ciúmes do sol.

E a tua carne triste se desabotoa nos seios, 
recém-chegados do fundo das selvas.

Pararam no teu olhar as noites da Amazônia, mornas e imensas.

No teu corpo longo
ficou dormindo a sombra das cinco estrelas do Cruzeiro.

O mato acorda no teu sangue
sonhos de tribos desaparecidas
– filha de raças anônimas
que se misturaram em grandes adultérios!

E erras sem rumo assim, pelas beiras do rio,
que teus antepassados te deixaram de herança.

O vento desarruma os teus cabelos soltos
e modela um vestido na intimidade do teu corpo exato.

À noite o rio te chama
e então te entregas à água preguiçosamente,
como uma flor selvagem
ante a curiosidade das estrelas.

(Raul Bopp apud Mário da Silva Brito. Poesia do Modernismo, 1968.)

À noite o rio te chama

No verso, o eu lírico dirige-se a um interlocutor no singular. Se esse interlocutor estivesse no plural, o verso estaria corretamente reescrito, conservando-se o mesmo modo e tempo verbais, em
A
À noite o rio vos chamou.
B
À noite o rio vos chamam.
C
À noite o rio vos chamais.
D
À noite o rio vos chama.
E
À noite o rio vos chamastes.