“O Terceiro Estado obteve sucesso, contra a resistência unificada do rei e das ordens privilegiadas, por que representava não apenas as opiniões de uma minoria militante e instruída, mas também as de forças bem mais poderosas: os trabalhadores pobres das cidades e, especialmente de Paris, e em suma, também o campesinato revolucionário. O que transformou uma limitada agitação reformista em uma revolução foi o fato de que a conclamação dos Estados Gerais coincidiu com uma profunda crise socioeconômica. Os últimos anos da década de 1780 tinham sido, por uma complexidade de razões, um período de grandes dificuldades para todos os ramos da economia
francesa. (...) Mas em 1788 e 1789 uma convulsão de grandes proporções no reino e uma campanha de propaganda e eleição deram ao povo uma perspectiva política. E lhe apresentaram a tremenda e abaladora ideia de se libertar da pequena nobreza e da opressão. Um povo turbulento se colocava por trás dos deputados do Terceiro Estado.”
HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções: Europa 1789 - 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 78-79. Adaptado.
A Revolução Francesa (1789) representou uma ruptura com o modelo do moderno Estado Absolutista. Os ideais da Revolução Francesa foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Apesar da mobilização em torno dos seus ideais estar relacionada ao liberalismo clássico e ao Iluminismo do século XVIII, o desencadear das ações revolucionárias está relacionada com: