Texto 1

(...) essa semana começou com outro podcaster, Monark, defendendo a criação de um partido nazista no Brasil. Ele foi mais longe: “Se o cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”. Felizmente a gritaria foi grande e imediata, patrocinadores cortaram relações e Monark, que na vida real atende por Bruno Aiub, foi afastado do canal que ajudara a fundar.
Ficou no ar, porém, a discussão sobre liberdade de expressão, com o argumento de que Monark teria apenas manifestado a sua opinião a respeito da existência de um partido nazista – e isso, em tese, seria diferente de defender um partido nazista.
https://oglobo.globo.com/cultura/monark-o-paradoxo-da-tolerancia-25386808
Texto 2
Mill apresenta vários exemplos históricos com o fito de mostrar que as pessoas mais sábias erram na avaliação de crenças, movimentos e opiniões que lhes parecem obviamente falsos. Assim, Mill defende que não podemos proibir a expressão de qualquer opinião ou crença porque nunca podemos saber de que lado realmente está a verdade. Mill pensa que é na confrontação pública e sem restrições de diferentes ideias, crenças e opiniões que a verdade pode surgir. A defesa da liberdade de expressão de Mill tem este aspecto fundamental: ele acredita no mercado competitivo de ideias, digamos assim, porque encara a discussão pública de ideias como um processo que permite encontrar ideias verdadeiras. Mas Mill é suficientemente sofisticado para não acreditar que o mercado livre de ideias seja uma garantia de que a verdade virá ao de cima, digamos assim; ele sabe que, vítimas de manipulação, preconceito ou outros factores, a discussão pública pode ser muitíssimo pobre e nada nos aproximar da verdade. Contudo, a ideia é que não há alternativa à discussão pública, ainda que não tenhamos ilusões quanto à perfeição deste processo. Pura e simplesmente não há outro melhor. E a discussão pública será tanto mais ineficiente na descoberta de verdades quanto menos ideias diversificadas forem discutidas.
https://criticanarede.com/millexpressao.html
Texto 3
O mesmo Karl Popper em seu “A sociedade aberta e seus inimigos” concebeu, também, o paradoxo da liberdade, argumento segundo o qual a liberdade, no sentido da ausência de qualquer controle restritivo, deve levar à maior restrição, pois torna os violentos livres para escravizarem os fracos.
Vale lembrar que Popper, judeu vivendo no período da 2ª. Guerra Mundial, presenciou a ascensão do Nazismo ao poder na Alemanha, através do voto popular.
Portanto, pode-se afirmar que um direito individual – liberdade de expressão – não pode servir de salvaguarda para a prática de atos ilícitos, máxime quando praticado de forma intolerante com o fito de atingir outros direitos e garantias fundamentais de outros cidadãos.
https://claudiaseixas.adv.br/o-discurso-de-odio-e-o-paradoxo-da-tolerancia-como-limitador-da-liberdade-de-expressao/
Texto 4

https://bobbikercartoon.wordpress.com/2011/05/22/charge-liberdade-de-expressao/
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Defender a possibilidade de um partido nazista deveria ser permitido?