Texto 2
Adeus, meu Canto
Adeus, meu canto! É a hora da partida...
O oceano do povo s’encapela.
Filho da tempestade, irmão do raio,
Lança teu grito ao vento da procela.
O inverno envolto em mantos de geada
Cresta a rosa de amor que além se erguera...
Ave de arribação, voa, anuncia
Da liberdade a santa primavera.
É preciso partir, aos horizontes
Mandar o grito errante da vedeta.
Ergue-te, ó luz! — estrela para o povo,
— Para os tiranos — lúgubre cometa.
Adeus, meu canto! Na revolta praça
Ruge o clarim tremendo da batalha.
Águia — talvez as asas te espedacem,
Bandeira — talvez rasgue-te a metralha.
[...]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves. 7.
ed. São Paulo: Global, 2003, p. 109.)
Assinale a alternativa que indica corretamente a função linguístico-discursiva do vocativo “meu canto” no poema de Castro Alves (Texto 2):