Texto 6
“A saparia desesperada
coaxa coaxa coaxa.
O brejo vibra que nem caixa de guerra.
Os sapos estão danados.
A lua gorda apareceu
e clareou o brejo todo.
Até a lua sobe o coro
da saparia desesperada.
A saparia toda de Minas
coaxa no brejo humilde.
Hoje tem festa no brejo!”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Texto 7
Os sapos
(...)
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: – "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
(...)
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Com base no Parnasianismo e nos trechos dos poemas de Drummond e de Bandeira e, ainda, com relação à estética a que os autores dos trechos estão vinculados, analise as afirmativas a seguir:
I. Em ambos os poemas, fica claro o combate ao verso tradicional, o que se evidencia não apenas nos trechos com a prosaica presença dos sapos mas também em quase todas as composições dos autores modernistas analisados.
II. Drummond, em “Festa no Brejo”, e Bandeira, em “Os Sapos”, fazem clara homenagem ao verso tradicional, tendo em vista que ambos, se observadas biografia e produção literária, sempre se posicionaram como adeptos da métrica excessivamente rígida.
III. Pode-se dizer que Drummond, em “Festa do Brejo” intertextualiza com o poema “Os Sapos”, de Bandeira.
IV. O poema de Drummond ilustra dois procedimentos fundamentais à estética literária modernista: a) negação de toda e qualquer estética que a antecede e b) rigor excessivo com o léxico formal.
V. O título dos poemas e a temática neles tratada sugerem ao leitor reflexões sobre algumas ideologias da estética literária modernista, defendidas tanto porr Drummond quanto por Bandeira.
Está CORRETO o que se afirma em