Texto I

A Covid-19 é uma doença infectocontagiosa com potencial de causar mortes e incapacitação, não tem tratamento. Portanto, se houver uma vacina segura e eficaz, o Estado deve exigir a vacinação para a defesa de toda a população, respeitando o direito coletivo à saúde. Um cidadão deve se comportar como tal e se vacinar. Saúde pública é mais importante que o desejo de um indivíduo, é uma questão de respeito, empatia, cidadania. Algumas pessoas defendem que a vacinação não deveria ser obrigatória, pois afirmam que vivemos em uma democracia e são contrários à obrigatoriedade. O voto é obrigatório, mas também é um direito do cidadão, o alistamento militar é obrigatório e se você não votar ou não se alistar, sofrerá sanções. A vacina da febre amarela é obrigatória e se você não tomar, não pode viajar para alguns países.
Para receber o Bolsa Família, as famílias precisam apresentar a carteira de vacinação dos filhos. No caso da Covid-19, ninguém tem a liberdade de infectar terceiros e como o risco sanitário é elevado, além de não termos tratamento, quando tivermos uma vacina com altos níveis de segurança, imunogenicidade e eficácia comprovados, penso que nesse caso particular de pandemia, a vacinação deveria ser obrigatória, pois a opção individual não pode prejudicar o direito coletivo à saúde, trazendo consequências para a sociedade. Receio que esse momento de polarização política não permita uma campanha de conscientização da população.
(É a Ciência que precisa dar a palavra final na questão das vacinas. Jornal da Unicamp. 29/10/2020. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/luiz-carlos-dias/e-ciencia-que-precisa-dar-palavra-final-na-questao-das-vacinas. Acesso em: 16/12/2020)
Texto II

A manchete do panfleto, de 1885, denuncia a vacinação contra a varíola afirmando que se tratava de uma “tirania da medicina”.
Um panfleto popular publicado em 1885 durante a epidemia de varíola em Montreal é um ótimo exemplo. Mais de um século depois, temos o benefício de viver em um mundo que erradicou a varíola usando uma vacina. Ainda assim, no passado, a vacinação contra a varíola era fortemente contestada, apesar das evidências a favor de sua eficácia. Publicado por um líder antivacinacionista, Dr. Alexander M. Ross, este panfleto foi amplamente divulgado durante a epidemia de varíola de 1885 em Montreal, quando as autoridades de saúde pública buscavam aumentar a cobertura vacinal.
(Movimento antivacina usa os mesmos argumentos há 135 anos, aponta cientista. GALILEU. 25/10/2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/10/movimento-antivacina-usa-os-mesmos-argumentos-ha-135-anos-aponta-cientista.html. Acesso em: 16/12/2020)
A partir dos textos do enunciado é possível sustentar que: