Texto I
A obra de Caeiro representa a reconstrução integral do paganismo, na sua essência absoluta, tal como nem os gregos nem os romanos, que viveram nele e por isso o não pensaram, o puderam fazer.
(“Alberto Caeiro visto por Ricardo Reis”. In: PESSOA, Fernando. Obras em prosa.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976, p. 115.)
Texto II
O meu mestre Caeiro não era um pagão: era o paganismo. (...) Em Caeiro não havia explicação para o paganismo; havia consubstanciação*.
(“Alberto Caeiro visto por Álvaro de Campos”. In: PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976, p. 108.)
Vocabulário:
*consubstanciação: agrupamento de dois ou mais elementos em uma só substância; materialização, concretização do que é abstrato.
Nos textos I e II, respectivamente, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, heterônimos de Fernando Pessoa e discípulos de Alberto Caeiro, destacam o paganismo que se manifesta na poesia de seu mestre. Assinale, a seguir, a alternativa cujos versos de O Guardador de Rebanhos melhor explicitam as visões de Reis e Campos a respeito do paganismo radical de Caeiro: