Texto I
E se todo mundo fosse obeso?
É mais provável que a população passasse mais tempo em cima das esteiras do que em cadeiras flutuantes, como no futuro poluído e balofo do filme Wall-E. Isso porque continuaríamos lutando para ser saudáveis. Afinal, obesidade é uma doença crônica. Hipertensão, diabetes, colesterol alto e problemas cardíacos são apenas a cereja de um bolo gigantesco com granulado e cobertura de chocolate escorrendo pelos cantos. Obesidade é a segunda maior causa evitável de câncer, perdendo apenas para o cigarro.
Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, 48,5% dos brasileiros pesam mais do que deveriam e 15,8% são, de fato, obesos. O que é pouco se comparado aos 35,7% de habitantes obesos nos Estados Unidos.
A humanidade está engordando. A projeção da OMS é que o mundo tenha 700 milhões de obesos. O governo gastaria mais com saúde do que com qualquer outra coisa. Se todo mundo ficasse assim, várias adaptações seriam necessárias. Para começar, João Gordo seria só João. E Jô Soares diria apenas: “beijo do Jô”.
(Revista Superinteressante, 311. Novembro/2012)
Segundo o Texto I, a ideia de a população passar mais tempo em esteiras está relacionada ao fato de: