Questão
Universidade Estadual de Londrina - UEL
2009
2ª Fase
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
Texto-VIIIA-maior204f49801a2
Texto VIII

A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas o supõe, ou nos pede ou requer que acreditemos que o homem é uma criatura que nasce apta para a sociedade. Os gregos chamam-no zoon politikon; e sobre este alicerce eles erigem a doutrina da sociedade civil [...] aqueles que perscrutarem com maior precisão as causas pelas quais os homens se reúnem, e se deleitam uns na companhia dos outros, facilmente hão de notar que isto não acontece porque naturalmente não poderia suceder de outro modo, mas por acidente.

[...]

Toda associação [...] ou é para o ganho ou para a glória – isto é, não tanto para o amor de nossos próximos, quanto pelo amor de nós mesmos. [...] se fosse removido todo o medo, a natureza humana tenderia com muito mais avidez à dominação do que construir uma sociedade. Devemos, portanto, concluir que a origem de todas as grandes e duradouras sociedades não provém da boa vontade recíproca que os homens tivessem uns para com os outros, mas do medo recíproco que uns tinham dos outros.

(HOBBES, T. Do Cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 28-29; 31-32.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento político hobbesiano, é correto afirmar.
A
Hobbes reafirma o postulado aristotélico de que os homens tendem naturalmente à vida em sociedade, mas que, obcecados pelas paixões, decaíram num estado generalizado de guerra de todos contra todos.
B
O estado de guerra generalizada entre os homens emerge, segundo Hobbes, da desigualdade promovida pela lei civil e pelo desejo de poder de uns sobre os outros.
C
A idéia de que o estado de guerra generalizada ocorre com o desaparecimento do estado de natureza, onde todos os homens vivem em harmonia, constitui o fundamento da teoria política de Hobbes.
D
Segundo Hobbes, para restaurar a paz que existia no estado de natureza, os homens sujeitam-se, pelo pacto, a um único soberano para subtrair-se ao medo da morte e, por sua vez, garantir a autopreservação.
E
Segundo Hobbes, à propensão natural dos homens a se ferirem uns aos outros se soma o direito de todos a tudo, resultando, pela igualdade natural, em uma guerra perpétua de todos contra todos.