Texto V


Os epílogos dos romances Iracema e O Guarani de José de Alencar e o fragmento de Maíra de Darcy Ribeiro (autores identificados com a temática de fundação do nacional – séculos XIX e XX) podem ser considerados metáforas para a compreensão de nossa origem.
Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas, onde fora tão feliz e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.
Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade. A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema.
Tudo passa sobre a terra.
José de Alencar. Iracema.
O hálito ardente de Peri bafejou-lhe a face.
Fez-se no semblante da virgem um ninho de castos rubores e lânguidos sorrisos: os lábios abriram como as asas purpúreas de um beijo soltando o vôo.
A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia...
E sumiu-se no horizonte...
José de Alencar. O Guarani.
Afinal, tudo está claro. Na verdade apenas representei e ainda represento aqui um papel, segundo aprendi. Não sou, nunca fui nem serei jamais Isaías. A única palavra de Deus que sairá de mim, queimando a minha boca, é que eu sou Avá, o tuxauarã, e que só me devo a minha gente Jaguar da minha nação Mairum.
Darcy Ribeiro.
Pela leitura desses fragmentos constata-se que os textos de José de Alencar e Darcy Ribeiro traduzem, sob pontos de vista diferentes: