Texto XIII
Confinados no porão da embarcação, tendo sido fechadas as escotilhas e mantendo-se aberta apenas uma pequena fresta para a entrada de ar, devido à superlotação e ao calor a bordo, os prisioneiros começaram a gritar reclamando por água e mais ar, alguns chegando mesmo a ameaçar a guarnição, em seu desespero. Da narrativa dos sobreviventes, depreende-se que, tendo sido lançada água do rio aos prisioneiros numa tina existente no porão, agravou-se o tumulto pela disputa, renovando-se os protestos dos prisioneiros. A guarnição decidida a acalmar os ânimos, disparou alguns tiros de fuzil para o interior do porão, em cujo interior, ato contínuo, espargiu quantidade de cal viva, cerrando a abertura do porão. No dia seguinte, às sete horas da manhã do dia 22, aberto o porão do navio na presença de seu comandante, contaram-se duzentos e cinquenta e dois corpos (com sinais de longa e penosa agonia) e quatro sobreviventes, dos quais apenas um resistiu, de nome João Tapuia. No total pereceram 252 homens, sufocados e asfixiados.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/trag%C3%Ao dia_do_brigue_PalhaçoC3Ao 15-09-2011)
O Texto acima evidencia a repressão do Estado brasileiro contra os movimentos de contestação à ordem imperial estabelecida. Neste sentido, é correto afirmar que a tragédia do Brigue Palhaço: