Questão
Universidade do Estado do Pará - UEPA
2012
Fase Única
Texto-XIIOs-engenhos99ac316038
Texto XII

Os engenhos não eram apenas fábricas incríveis, mas verdadeiros infernos, com caldeiras que parecem lagos ferventes, trabalhos noturnos e gritos desesperados de escravos. Numa melhor posição social, trabalhadores livres desempenhavam funções especializadas. [...] O Brasil preparava-se para ser, segundo a visão de um cronista no período colonial, o inferno dos negros, o purgatório dos brancos e o paraíso dos mulatos.

(VICENTINO, Claudio. História Integrada: o mundo da Idade Moderna:6 série. São Paulo: Scipione,1995,p.4 do Miniatlas histórico)

A visão do cronista do período colonial sobre a escravidão negra nos engenhos, localizados em terras brasileiras, se apoiava em princípios teológicos que viam:
A
na violência imposta aos escravos negros, um mal necessário ao combate de sua inferioridade racial, marcada pela indolência.
B
a escravidão como algo necessário à remissão dos negros, que encontravam no trabalho das caldeiras uma forma de pagar pelo mal que traziam em si, e assim garantir a salvação.
C
nos castigos impostos aos escravos e aos trabalhadores livres uma forma de disciplinar o corpo, pois eram portadores de maus hábitos, principalmente da luxúria.
D
o trabalho escravo como forma de sacrifício agradável a Deus, pois, sendo este o inferno, suas almas iriam para o céu depois que morressem, junto com os mulatos e brancos.
E
na ação dos senhores de engenho, uma expressão da presença divina, pois estes possibilitavam a negros e mulatos, o pagamento do pecado original pelo
trabalho.