Trecho do romance Maíra, de Darcy Ribeiro (1922-1997)
Nossa última alegria foi a das primeiras chuvaradas. Nas águas novas subiram ligeiro os cardumes, pacus, tucunarés, estufando igarapés, resplandecendo em escamas azuis, douradas.
Mas logo caem as chuvas mais pesadas, chovendo por dias, semanas e meses. O mundo parecia dissolver-se, debaixo do manto de águas despencadas. Nuvens negras toldam o horizonte e chovem que chovem, escorrendo cortinas brancas no sapé das casas e amarelas enxurradas de tauá, no chão do pátio. A gente roída de triste, encolhida nos foguinhos, come beiju seco, chibé só de farinha, batata assada ou cozida, quase sempre sem carne nem peixe. Os mosquitos surgiram e aumentaram: piuns, muriçocas, maruins açulam, azucrinam. São os donos deste mundo. As praias desaparecem inundadas pelas águas barrentas do Iparanã do frio.
Iniciando a frase – Os mosquitos surgiram e aumentaram: piuns, muriçocas, maruins açulam, azucrinam. – pela conjunção “se”, os verbos devem ser assim flexionados: