O ÚLTIMO POEMA
1 Assim eu quereria o meu último poema
2 Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
3 Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
4 Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
5 A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
6 A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.
No texto acima, Manuel Bandeira traça o perfil de seu poema ideal.
Para isso, compõe o poema em dois momentos: o primeiro concentrado no verso inicial (1); o segundo contido nos demais versos (2 a 6).
No primeiro momento, a articulação entre a idealização e a materialização desse poema é expressa através de: