Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármore luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
OLIVEIRA, Alberto de. Vaso Chinês. In: OLIVEIRA, Alberto de.
Poesias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1927.
O texto apresentado é um dos mais famosos poemas de Alberto de Oliveira, representante do Parnasianismo no Brasil. Considerando os aspectos formais referentes ao poema e ao movimento literário ao qual ele pertence, marque V. para o que for verdadeiro e F para o que for falso e assinale a alternativa com a sequência correta
( ) “Vaso Chinês” tem sua estrutura formada por rimas ricas e métrica em decassílabos perfeitos, recorrentes na poesia parnasiana.
( ) O Parnasianismo preza por descritivismo, subjetividade, rigidez na construção dos versos e ênfase na pessoalidade.
( ) A poesia parnasiana parte do desejo por respeito à tradição formalista e visa a um ideal de perfeição na expressão artística.
( ) A arte da Antiguidade Clássica é uma das bases do Parnasianismo, de modo que a poesia fica restrita aos sonetos compostos por versos alexandrinos.
( ) Os poetas parnasianos colocam em prática uma postura antirromântica, defendendo um ideal de “arte pela arte”, sem engajamento em causas sociais.