Questão
Universidade Estadual do Ceará - UECE
2023
2ª Fase
Vendo-avo-sair-quarto1284152892f
“Vendo a avó sair do quarto do santuário, Conceição, que fazia as tranças sentada numa rede ao canto da sala, interpelou-a: 

— E nem chove, hein, Mãe Nácia? Já chegou o fim do mês... Nem por você fazer tanta novena... Dona Inácia levantou para o telhado os olhos confiantes: 

— Tenho fé em São José que ainda chove! Tem-se visto inverno começar até em abril.” 

Queiroz, Rachel de, 1910-2003. Q47q O quinze. Recurso eletrônico. Raquel de Queiroz. – Rio de Janeiro : José Olympio, 2012. p. 12.

Certamente, uma das principais características do clima semiárido do Nordeste brasileiro é a forte irregularidade sazonal e temporal associada ao comportamento dos sistemas oceano-atmosfera, que afeta as relações entre o clima, a vegetação e o ciclo da água. Considerando esses processos, pode-se afirmar corretamente que
A
o ENOS tem induzido a ocorrência da formação de padrões sistemáticos regulares anuais na circulação atmosférica nos últimos 100 anos e, como consequência, observa-se um aumento da precipitação em grandes extensões do globo, principalmente nos trópicos, subtrópicos e extratópicos da América do Sul, da Europa e do Norte da Ásia.
B
La Niña e El Niño são partes do mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial e na atmosfera adjacente, denominado ENOS. Nos períodos em que o oceano Pacífico Equatorial está mais quente, podem ocorrer episódios de El Niño e, quando essa região do oceano apresenta temperaturas mais frias, ocorrem os episódios de La Niña.
C
o gradiente de anomalias na temperatura do Atlântico Tropical intensifica a ação dos alísios, aumentando a acumulação de águas mais frias, além de controlar a posição latitudinal da Zona de Convergência Intertropical, que é o principal responsável pelo regime de chuvas no Ceará, favorecendo o seu deslocamento até o Trópico de Capricórnio
D
o El Niño provoca uma grande variabilidade climática interanual que se relaciona diretamente com a recarga dos aquíferos subterrâneos no semiárido brasileiro, promovendo, durante os períodos de estio, nas regiões de menor pluviometria, um aumento na recarga dos aquíferos, que, por sua vez, podem ser utilizados com uma boa alternativa para convivência com a seca na região.