Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
ANJOS, Augusto dos. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/poemas_de_augusto_dos_anjos/>. Acesso em: 30 set. 2014.
Em relação aos sentidos das palavras retiradas do poema “Versos íntimos” do poeta paraibano Augusto dos Anjos, é correto afirmar que
I. o vocábulo “formidável”, no primeiro verso, tem como sinônimo admirável.
II. “quimera”, no segundo verso do poema, pode significar “fantasia” ou “alucinação”.
III. no décimo verso do poema, o termo “escarro” tem uma conotação positiva.
IV. “chaga”, no primeiro verso da última estrofe, é sinônimo de doença.
V. no penúltimo verso do poema, a palavra “vil” significa “desconhecida”.
São verdadeiras apenas as proposições: