Questão
Universidade de Brasília - UNB
2017
Fase Única
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Vocês me perguntam o que é a idiossincrasia nos filósofos?... Por exemplo, sua falta de sentido histórico, seu ódio à noção mesma do vir-a-ser. Eles acreditam fazer uma honra a uma coisa quando a des-historicizam. Tudo o que os filósofos manejaram, por milênios, foram conceitos-múmias; nada realmente vivo saiu de suas mãos. Eles matam, eles empalham quando adoram, esses idólatras de conceitos. A morte, a mudança, a idade, assim como a procriação e o crescimento, são para eles objeções — até mesmo refutações. O que é não se torna; o que se torna não é... Agora todos eles creem, com desespero até, no ser. Mas, como dele não se apoderam, buscam os motivos pelos quais lhes é negado. “Deve haver uma aparência, um engano, que nos impede de perceber o ser: onde está o enganador?” —“Já o temos”, gritam felizes, “é a sensualidade! Esses sentidos, já tão imorais em outros aspectos, enganam-nos acerca do verdadeiro mundo”.

Friedrich Nictzsche. O crepúsculo dos ídolos. filosofia a golpes de martelo. São Paulo: Hemus, 1976.

É possível relacionar as ideias de Nietzsche apresentadas no texto com outros conceitos propostos por esse filósofo, como o de super-homem. Segundo este conceito, um comportamento com vistas a uma existência mais autêntica deve ser adotado por
A
todos os indivíduos que o desejarem, desde que tomadas as precauções para evitar a autoaniquilação.
B
todos os indivíduos, mesmo que esse comportamento possa levar a sua destruição.
C
apenas indivíduos capazes de assumir tal comportamento sem se destruírem.
D
apenas indivíduos mais evoluídos, capazes de resistir aos instintos de autopreservação inerentes ao ser humano.