Questão
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPE
2018
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Vozes da morte

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte inda teremos filhos!

ANJOS, Augusto dos. Vozes da morte. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/augusto15.html#morte>. Acesso em: Acessoem: 7 out. 2017.

Nesses versos, o sujeito poético
A
considera o elemento natural um constante vir a ser, pois se transmuda sem jamais desaparecer do cenário de que faz parte. 
 
B
personifica o tamarineiro e convida-o a morrerem juntos, para que o fim de ambos sirva como uma lição do valor da amizade ao longo do tempo. 
 
C
demonstra que o finitude da existência terrena é apenas uma transformação dos seres, que permanecerão em outro plano acompanhando seus frutos deixados na Terra. 
 
D
une-se à natureza, representada pelo pé de tamarindo, com o qual se consubstancia, para celebrar a continuidade da vida após a morte, por meio de suas sementes, seus filhos, que se espalharão pelo meio ambiente. 
  
E
revela-se afeito a imprevistos e, por considerar a árvore a companheira de suas desventuras, uma parte de si mesmo, decide que sucumbirão naquela noite, para que tudo que lhe fora revelado, em confidências, continue em segredo.