Para Nietzsche (1844-1900), a moral racionalista ou dos fracos, que temem a vida, o corpo, o desejo e as paixões, é a moral dos escravos, que renunciam à verdadeira liberdade ética. São exemplos dessa moral de escravos: a ética socrática, a mortal kantiana, a moral judaico-cristã, a ética da utopia socialista, a ética democrática, em suma, toda moral que afirme que os humanos são iguais, seja por serem racionais, seja por serem irmãos, seja por possuírem os mesmos direitos.  

As questões platônicas e aristotélicas inauguram a ética ou filosofia moral, porque definem o campo no qual os valores e obrigações morais podem ser estabelecidos, ao encontrar seu ponto de partida: a consciência do agente moral. Devemos a eles o início  da filosofia moral e a distinção entre saber teorético e saber prático.  

A ética de Espinosa (1632-1677) evita oferecer um quadro de valores ou de vícios e virtudes, distanciando￾se de Aristóteles e da moral cristã, para buscar na ideia moderna de indivíduo livre o núcleo da ação moral. Em sua obra, Ética, Espinosa jamais fala em pecado e em dever; fala em fraqueza e em força para pensar e agir.  

Somos, diz Hegel (1770-1831), seres históricos e culturais. Assim como Hegel, Henri Bergson (1859-1941), no século XX, procura compreender a relação dever-Cultura ou dever-História e, portanto, as mudanças nas formas e no conteúdo da moralidade. Bergson distingue duas morais: a moral fechada e a aberta.

Rousseau (1712-1778) e Kant (1724-1804) procuram conciliar o dever e a ideia de uma natureza humana que precisa ser obrigada à moral. Eles colocam o dever em nosso interior, desfazendo a impressão de que ele nos seria imposto de fora por uma vontade estranha à nossa.