Foi original a contribuição feita por Karl Marx (1818-1883) ao campo ético. Ao desenvolver a teoria do materialismo dialético, considera que, onde existe sociedade dividida em classes, com interesses antagônicos, a moral da classe dominada é a que prevalece, pois a classe proletária é sempre maioria e, historicamente, a conduta humana é orientada pela passividade dos despossuídos.

Herdeiro do pensamento de Kant, Karl Marx (1818-1883) aprofunda a discussão a respeito das questões éticas na contemporaneidade. O que há de comum no pensamento de ambos é o fato de se posicionarem contra a moral formalista hegeliana, fundada na razão universal e abstrata, buscando encontrar o homem concreto da ação moral.  

Coerente com sua concepção comunista, Karl Marx (1818-1883) preconiza o que chamou de “moral da ditadura proletária”. À moral dos senhores capitalistas, baseada na busca incessante do lucro individual, contrapôs a moral dos fracos, baseada na procura da paz e do repouso, e na solidariedade entre as classes.  

Coerente com sua concepção comunista, Karl Marx (1818-1883) preconiza que as condições da moral verdadeira só existiriam na sociedade sem Estado e sem propriedade privada: só na sociedade sem a exploração de uma classe pela outra, é que se poderá esperar uma moral autêntica. Para ele, não dá para viver moralmente em um mundo que ainda não tenha instaurado a ordem da justiça social.

Karl Marx (1818-1883) inicialmente sofreu a influencia de Hegel, mas dele se desligou para percorrer um itinerário próprio no campo ético. Desenvolveu, então, a teoria dialética da ação comunista, que fornece os elementos para a compreensão de sua obra máxima, O Capital. A ação comunista supõe o entendimento entre os indivíduos sem as pressões típicas do sistema econômico e político.