"O juiz do condado de Broghton, presidindo uma reunião da prefeitura de Nottingham [Inglaterra], em 14 de janeiro de 1860, declarou que, naquela parte da população, empregada nas fábricas de renda da cidade, reinavam sofrimentos e privações em grau desconhecido do resto do mundo civilizado... Às duas, três e quatro horas da manhã, crianças de 9 e 10 anos são arrancadas de camas imundas e obrigadas a trabalhar até as 10, 11 ou 12 horas da noite, para ganhar o indispensável à mera subsistência. Com isso, seus membros definham, sua estatura se atrofia, suas faces se tornam lívidas, seu ser mergulha num torpor pétreo, horripilante de se contemplar [...] O sistema [...] constitui uma escravidão ilimitada: escravidão em sentido social, físico, moral e intelectual [...]".


A situação do trabalho infantil na Inglaterra.
DECCA, Edgar de. Fábricas e Homens: a Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 1999.
Os textos expressam