“No antigo Oriente existiram, certamente, um ordenamento e uma atividade políticos. Sem eles não teria sido possível o desenvolvimento da cultura, já que esta deve ter como sujeito histórico uma sociedade politicamente organizada. Mas não é menos certo que a política não formava uma realidade clara e distinta, isto é, não estava rigorosamente delimitada diante de outras realidades nem era concebida como se estivesse. Só com os gregos começou-se a percebê-la como realidade autônoma, e só no mundo moderno e por obra da cultura ocidental se levará a cabo sua radical secularização: em todas as culturas restantes a política, a religião e, em geral, os empreendimentos econômicos aparecem como três dimensões de uma mesma realidade.”
O texto de García Pelayo enfatiza que, ao longo de toda a história do antigo Oriente Próximo, política e religião andaram de mãos dadas. No entanto, a ideologia político-religiosa de Israel representa uma exceção devido à sua dificuldade
em assimilar a própria instituição monárquica e sua radical separação entre a divindade e os demais planos da realidade. Acerca da história hebraica, podemos afirmar que: