“A arte rupestre é a primeira linguagem, a primeira forma de transmitir conceitos, com vocação de perdurar. A grande questão é quais eram esses conceitos”, explica o arqueólogo Marcos García Diez, da Universidade Complutense de Madri. Os pré-historiadores lançam hipóteses desde 1879, quando a menina María Sanz de Sautuola, de oito anos, descobriu os espantosos animais pintados na caverna de Altamira, na região da Cantábria. “Parecia que as pedras bramiam. Lá, em vermelho e preto, amontoados, brilhantes por causa das infiltrações de água, estavam os bisontes, enfurecidos ou em repouso. Um tremor milenar estremecia a sala”, escreveu o poeta Rafael Alberti meio século mais tarde.
Depois da polêmica inicial sobre sua autenticidade, Altamira –pintada de 35.000 a15.000 anos atrás –ficou conhecida como a Capela Sistina paleolítica. Em 1903, o arqueólogo francês Salomon Reinach lançou uma das primeiras teorias: os habitantes das cavernas pintavam animais para propiciar a caça, em uma espécie de ritual de vodu. A ideia durou décadas, mas hoje destoa, como adverte García Diez com um exemplo: a espetacular caverna de Ekain, na província de Guipúscoa, parece um templo dedicado aos cavalos, com dezenas deles pintados há cerca de 15.000 anos nas paredes de rocha. Mas em seu solo não foram encontrados ossos de equinos caçados, mas de veados e cabras.Fonte: El País.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/cultura/2019-12-22/por-que-os-primeiros-humanos-pintavam.html>Acesso: 10 fev. 2020
Sobre a arte rupestre encontrada na caverna de Altamira, segundo o texto, é correto afirmar que