“A aventura colonial dos povos europeus, a partir do século XV, não foi apenas um ato de expansionismo geográfico, com o objetivo de conseguir novas áreas de dominação e rotas comerciais e marítimas. Este foi o aspecto horizontal e visível desse processo violento, mas esse processo foi também um complicador étnico e um motivador e estrangulador cultural. Complicador étnico porque introduziu compulsoriamente nas áreas colonizadas – América do Norte, Caribe, América do Sul – o componente africano que veio não apenas dinamizar demograficamente essas áreas, mas também involuntariamente consolidar com seu trabalho o escravismo nessas colônias. Mutilador e estrangulador cultural porque impôs pela violência, direta e indireta, os seus padrões culturais e valores sociais usando para isto desde a morte e a tortura até a catequese refinada chamada de evangelização para dominar os povos escravos.”
MOURA, Clóvis. Dialética radical do Brasil Negro. São Paulo: Fundação Maurício Grabois; Editora Anita Garibaldi, 2014, p. 175.
Para Clóvis Moura, o ingresso dos africanos no processo colonizador das Américas se caracteriza por