Questão
Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
2007
Fase Única
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O canto do guerreiro
 
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
 
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
 
Gonçalves Dias.
 
Macunaíma
(Epílogo)
 
Acabou-se a história e morreu a vitória.
 
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
 
Mário de Andrade.
 
 
A leitura comparativa dos dois textos acima indica que
A
ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heróica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico. 
B
a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil. 
C
as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1.o  texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2.o  texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira. 
D
o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil
E
os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto