Em carta a Fernando Sabino, Clarice Lispector comentou sobre Guimarães Rosa, quando ela lia Grande Sertão: Veredas:
(...) Não sei até onde vai o poder inventivo dele, ultrapassa o limite imaginável. Estou até tola. A linguagem dele, tão perfeita também de entonação¹, é diretamente entendida pela linguagem íntima da gente – e nesse sentido ele mais que inventou, ele descobriu, ou melhor, inventou a verdade. Que mais se pode querer? (...)
(A República das Letras − De Gonçalves Dias a Ana Cristina César − Cartas de Escritores Brasileiros − 1865 - 1995, XI Bienal Internacional do Livro, Rio de Janeiro, 2003)
¹Entonação: ato de enunciar em voz alta e majestosa; ato dar tom, de iniciar o canto.
Das passagens de Guimarães Rosa a seguir, encontre aquela que explora a inventividade da linguagem, a entonação, a musicalidade das palavras, conforme atestado por Clarice Lispector.